#210808

#672417

Câmara de Santa Luzia aprova instituição do Dia Municipal do Cinema, em homenagem a Linduarte Noronha, autor do filme Aruanda

Câmara de Santa Luzia aprova instituição do Dia Municipal do Cinema, em homenagem a Linduarte Noronha, autor do filme Aruanda

Data da Notícia: 17 de agosto, 2022
Última Modificação: 6 de fevereiro, 2023

A Câmara Municipal de Santa Luzia aprovou por unanimidade em primeiro turno, na sessão ordinária da noite desta terça-feira (17), o projeto de Lei nº 64/2022, que institui o Dia Municipal do Cinema no calendário oficial da cidade, a ser comemorado anualmente em 24 de agosto, data de aniversário do cineasta Linduarte Noronha, já falecido, autor do curta-metragem Aruanda. A matéria é de autoria do vereador Flávio Marinho (MDB).

“O Dia Municipal do Cinema foi escolhido em homenagem ao jornalista, professor, cineasta e crítico de cinema, Linduarte Noronha, que projetou Santa Luzia para o mundo, através do Quilombo do Talhado, por meio do Filme Aruanda, ainda na década de 60. Então, nada mais justo do que prestarmos essa homenagem a esse grande cineasta, um dos precursores do movimento Cinema Novo”, frisou Flávio Marinho.

O parlamentar ainda elencou a importância do Dia Municipal do Cinema para difusão de atividades culturais, voltadas para o cinema e produção de conteúdos audiovisuais, por meio da participação de universidades, escolas e sociedade civil organizada. A importância da matéria foi referendada pelo vereador Petrônio Rocha (UB), líder da oposição, e pelos demais parlamentares.

SOBRE LINDUARTE NORONHA

O homenageado pelo Dia Municipal do Cinema, Linduarte Noronha, foi um jornalista, cineasta e professor de cinema pernambucano, nascido em Ferreiro-PE e radicado na Paraíba. Formado em Direito pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) em 1958, trabalhou como crítico profissional de cinema e jornalista, recebendo alguns prêmios por reportagens em revistas importantes no Brasil e no exterior.

Durante a década de 1950, Noronha envolveu-se com atividades cineclubistas com grandes nomes do cinema nacional. Tutelado por Humberto Mauro, começou a trabalhar em “Aruanda”, seu primeiro projeto cinematográfico, contando também com a colaboração do cinegrafista Rucker Vieira. Lançado em 1960, “Aruanda” obteve repercussão imediata para o cinema brasileiro, sendo considerado um dos precursores do movimento Cinema Novo.

ARUANDA

O curta-metragem Aruanda (1960), dirigido por Linduarte Noronha, tornou-se um marco para a história do cinema brasileiro, sendo considerado por muitos críticos da época, como Glauber Rocha, uma síntese do Cinema Novo. A história narra o cotidiano de um quilombo formado em meados do século XIX, por escravos libertos no Sertão da Paraíba, especificamente, na Serra do Talhado, na zona rural do município de Santa Luzia. O filme mostra uma pequena população, isolada das instituições do país, presa a um ciclo econômico trágico e sem perspectivas, variando do plantio de algodão à fabricação da cerâmica primitiva.

Aruanda contou com a fotografia de Rucker Vieira, predominando a imagem da aridez, construída com excelência pelo fotógrafo, e as mazelas da denominada estética da fome, que assume naquele momento um lugar de destaque no cinema nacional.

Page Reader Press Enter to Read Page Content Out Loud Press Enter to Pause or Restart Reading Page Content Out Loud Press Enter to Stop Reading Page Content Out Loud Screen Reader Support